"O inspirador diário de fotos de Rooney Mara no Sudão do Sul"
Por: Rooney Mara
Veículo: Vanity Fair
Fotos: Mackenzie Knowles/Coursin / Rooney Mara
22 de janeiro de 2015
A atriz compartilha fotos da sua mais recente viagem a uma zona de refugiados no país mais jovem do globo.
Nos últimos dois anos, viajei três vezes para o Sudão do Sul. Cada viagem tem sido diferente da outra. Uma coisa que não mudou é o espírito imortal e o otimismo do povo da nação mais jovem do mundo. Como o país encontra-se atualmente entrincheirado em outro conflito, que não tem previsão de terminar, esse espírito está sendo testado mais uma vez.
Durante a minha mais recente viagem, em dezembro, visitei algumas das cerca de um milhão e meio de pessoas que foram forçadas a fugir de suas casas no ano passado, quando o combate tomou conta de grande parte do país. Na pequena cidade de Mingkaman, no Rio Nilo, conhecemos pessoas que foram forçadas a abandonar suas casas, deixando para trás suas posses, seus empregos, e, em muitos casos, suas famílias. Mas o povo do Sudão do Sul continua a demonstrar um profundo orgulho quanto à independência duramente conquistada de seu país. Apesar das décadas de guerra que muitos deles têm sofrido, eles continuam a levar com eles a esperança de um futuro melhor para si e para os seus filhos.
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| Por Mackenzie Knowles/Coursin para a Oxfam America. |
A luta fez com que as mulheres passassem a comandar a maioria das famílias que recebem assistência. Elas dividem entre si as rações mensais de sorgo seco, legumes (leguminosas), sal e um pouco de óleo de cozinha, e transportam os sacos de volta para seus acampamentos. Muitas das mulheres que conheci já tiveram sua própria terra, e cultivavam seu próprio alimento. Agora, elas contam com agências de ajuda como a Oxfam para sustentar a si mesmas e as suas famílias. Neste centro de distribuição de alimentos em Mingkaman, a Oxfam está trabalhando juntamente com o World Food Program para fornecer alimentos para quase 90.000 pessoas.
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| Por Mackenzie Knowles/Coursin para a Oxfam America. |
Estas crianças se encontravam em uma área de terra fértil, que um grande número de agricultores está usando para produção própria. Terras como esta existem em todo o Sudão do Sul, mas geralmente acabam desabitadas e indo para o lixo.
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| Por Mackenzie Knowles/Coursin para a Oxfam America. |
No centro de distribuição de alimentos, um jovem chamado Daniel me explicou o processo de como as pessoas chegam, registram seus nomes e em seguida fazem fila para receber suas rações alimentares. Daniel era um professor na cidade vizinha de Bor. Quando o conflito começou, ele precisou fugir com sua esposa e filhos e agora está trabalhando com a Oxfam. Ele e sua família vivem no acampamento para pessoas deslocadas das proximidades. Daniel espera poder voltar ao seu emprego como professor de jovens sul-sudaneses. A paciência que ele desenvolveu em seu antigo trabalho ficou clara na forma com a qual ele lidava com o trabalho incrivelmente estressante de fornecer alimentos para milhares de pessoas que passam fome, enquanto permanecia a maior parte do dia em pé sob um sol de 100 graus.
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| Por Mackenzie Knowles/Coursin para a Oxfam America. |
Uma mulher passa pela seção do centro de distribuição de alimentos em Mingkaman, onde ela e outros dividiram enormes sacos de grãos para levar para casa para suas famílias. Mais de 80.000 pessoas nesta área dependem de agências de ajuda para comida e água depois de terem suas casas e meios de subsistência destruídos nos combates.
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| Por Mackenzie Knowles/Coursin para a Oxfam America. |
Mingkaman tinha uma população de 7.000 antes do início do conflito. Agora, mais de 65.000 pessoas estão vivendo em tendas feitas de plástico em campos como este. Embora esteja somente a uma curta viagem de barco de distância da cidade vizinha Bor, a capital de Jonglei, um dos estados do Sudão do Sul mais atingidos pela violência, o rio não tem ponte; as pessoas aqui estão seguras da luta que continua a devastar suas áreas natais.
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| Por Rooney Mara. |
Nos encontramos com estas crianças em um dos campos de criação de gado nas proximidades no início da manhã. As vacas são mercadoria privilegiada no Sudão do Sul, e a pecuária serve de sustento para milhões. Crianças como estas são enviadas ainda jovens para viverem e cuidarem de milhares de cabeças de gado em grandes campos que pertencem a comunidades inteiras. A pecuária não é apenas uma maneira de ganhar a vida para a maioria das pessoas, mas também é vista como um sinal de riqueza e prestígio. Como resultado, o gado é um dos maiores causadores de tensões no Sudão do Sul. Invasões entre as comunidades podem levar à violência e à assassinatos, principalmente devido ao fácil acesso à metralhadoras e à falta de policiamento para proteger as comunidades.
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| Por Mackenzie Knowles/Coursin para a Oxfam America. |
O porto de Mingkaman é o principal meio de entrada e saída de pessoas em Bor, cidade no outro lado do Nilo da qual muitas pessoas fugiram. Mesmo que este possivelmente seja um dos momentos mais duros e difíceis de suas vidas, muitos sul-sudaneses não perderam o espírito e a paixão pela vida.
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| Por Rooney Mara. |
Por muito tempo na história do Sudão do Sul, uma menina de 15 anos de idade tinha mais chance de morrer no parto do que de terminar o colegial. Com um grande volume de investimento e trabalho duro, especialmente desde a sua independência, esta estatística foi começando a mudar para melhor. Mas os recentes combates ameaçam apagar esse frágil progresso. Esta garota estava vivendo em um dos campos de gado quando fomos visitar Mingkaman. Ela quis experimentar o meu chapéu. Espero que ela seja capaz de vencer as probabilidades que estão empilhadas sobre ela.
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| Por Mackenzie Knowles/Coursin para a Oxfam America. |
Quando deixamos o Sudão do Sul, a Oxfam e muitas das outras agências de ajuda humanitária estavam lutando para colocar ajuda no local que se preparava para um surto de combates à medida que a estação seca evoluía. Depois que mais de um ano de negociações de paz fracassaram, precisamos que nossos líderes façam mais para evitar mais fome, mais combates e inanição. Para descobrir como você pode ajudar, por favor, visite: oxfamamerica.org
Tradução e adaptação: Igor Costa / Equipe Rooney Mara Brasil
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